Engraçado como as palavras funcionam, como trabalham, se encaixam;
aprendi a respeitá-las com o passar do tempo, não que tenha passado tanto tempo assim,
síndrome do velho novo, acho;
mas o respeito por elas existe. Não pelas palavras em si, mas pelo que simbolizam em suas raízes;
o significado por trás delas,
suas intenções,
suas verdades.
Além do respeito, tenho amor por elas;
elas me movem, me mantém focado, me nutrem;
procuro nelas o conforto em um dia cinza, o seu afago, o seu carinho.
Por isso fico surpreso quando elas me faltam, quando fico sem palavras,
sem saber exatamente o que dizer, o que escrever.
Assim como alguém que conheço, às vezes me vejo perdido.
Me sinto isolado.
Acho que todos habitamos elas, vez ou outra.
Nossas próprias ilhas desertas;
nossos próprios medos transformados na areia que nos isola do mar de pessoas desconhecidas que - apenas - transitam nossas vidas.
Mas nem todas - apenas - transitam por nossas vidas.
Vez ou outra é interessante se lembrar disso, saber que a ilha é um refúgio provisório, não fixo.
Um trampolim, não a piscina.
Saber que as palavras uma hora voltam. Com elas?
As pessoas.
As que importam, não as que apenas transitam.
O carinho volta junto.
Gosto quando me deixam sem palavras,
me faz respeitar elas ainda mais.
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